Uma noite, um cliente do bar onde estava cantando, me disse, de uma forma grosseira: "Tu canta tudo do mesmo jeito, parece o Paulinho da Viola cantando!"
Fiquei surpresa encarando-o. Não disse nada pra não rolar uma discussão, mas também porque ele tinha o direito de opinar sobre meu talento musical.
Mas fiquei, ao mesmo tempo, incomodada e envaidecida, pois me comparar ao Paulinho da Viola significou um aplauso e um elogio.
Um guitarrista de uma banda onde trabalhávamos juntos - ele, outra cantora e eu - me falou: "A fulana imita perfeitamente os intérpretes das músicas que canta, já tu canta do teu jeito, não copia, tens estilo."
E era verdade. Ouvia várias vezes os discos para aprender as canções do meu repertório e reproduzi-las nas festas dançantes - ou nos bares noturnos - mas não conseguia imitar ninguém, nem pretendia. Não queria lembrar as cantoras e cantores que fizeram sucesso com determinadas composições, mas trazê-las de volta do passado para o presente com uma nova roupagem.
Dois caras, dois pontos de vista, duas avaliações.
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