Tuesday, February 14, 2023

Vibrafone

Eis aí um instrumento que mexe demais com meu senso musical, tem uma sonoridade linda, límpida, um timbre que me lembra "a percussão em várias garrafas cheias de água". Durante minha trajetória, conheci somente duas pessoas que o executavam: Maestro Garoto e Heitor Barbosa, ambos também dominando os teclados.

Quando conheci o Garoto, ele já não tocava mais o vibrafone, mas em um local em que fomos nos apresentar, havia um e ele pode demonstrar que era bom mesmo na execução desse instrumento! Era bamba, como dizia-se antigamente.

Já o Heitor foi meu colega de banda - o Conjunto Melódico Norberto Baldauf - onde ele tocava o vibrafone e também os teclados. Mas aos poucos foi abandonando o primeiro e acabou dedicando-se apenas ao segundo. Uma pena, pois a sonoridade da banda mudou completamente com a saída do vibrafone, perdeu a singularidade, aquele ar de 50 anos. Heitor também era um excelente vibrafonista!

Diz a Wikipédia: "O vibrafone é um instrumento musical inventado no século XX. É um idiofone composto de diversas teclas de metal com altura definida, montadas num suporte sobre tubos que servem para amplificar seu som e também agem como ressonadores". Idiofone é um instrumento musical cujo som é provocado pela sua vibração. Ou seja, é o próprio corpo do instrumento que vibra para produzir o som. Exemplos de idiofone são o triângulo e as castanholas.

Pra quem quiser ir além e saber mais:  Um breve panorama sobre o vibrafone na música do século XX

                Primeiro LP do Breno Sauer Quinteto (1959), onde o Maestro Garoto (Altivo Penteado), pilotava o vibrafone.                      





                      A única foto que tenho com o Heitor tocando vibrafone é desse baile na Sogipa, ele tá lá no fundo, mas dá pra vermos parcialmente o instrumento e ele tocando.



Reminiscências


Uma noite, um cliente do bar onde estava cantando, me disse, de uma forma grosseira: "Tu canta tudo do mesmo jeito, parece o Paulinho da Viola cantando!"

Fiquei surpresa encarando-o. Não disse nada pra não rolar uma discussão, mas também porque ele tinha o direito de opinar sobre meu talento musical.

Mas fiquei, ao mesmo tempo, incomodada e envaidecida, pois me comparar ao Paulinho da Viola significou um aplauso e um elogio.

Um guitarrista de uma banda onde trabalhávamos juntos - ele, outra cantora e eu - me falou: "A fulana imita perfeitamente os intérpretes das músicas que canta, já tu canta do teu jeito, não copia, tens estilo."

E era verdade. Ouvia várias vezes os discos para aprender as canções do meu repertório e reproduzi-las nas festas dançantes - ou nos bares noturnos - mas não conseguia imitar ninguém, nem pretendia. Não queria lembrar as cantoras e cantores que fizeram sucesso com determinadas composições, mas trazê-las de volta do passado para o presente com uma nova roupagem.

Dois caras, dois pontos de vista, duas avaliações.